sexta-feira, 27 de maio de 2011
Diálogos silenciosos
© Edgar Martins
Edgar Martins, fotógrafo português residente em Londres, ganhou o prémio BES Photo em 2009 e é considerado por alguns um novo talento da fotografia contemporânea. Focando-se nos espaços vazios, o artista pretende estabelecer um diálogo através da simbiose do factual e do ficcional.
A representação do espaço (e da sua ausência) tem contornos de grandeza na fotografia de Edgar Martins, português de 33 anos natural de Évora que reside e trabalha em Londres. A sua objectiva não captura rostos de seres vivos, centrando-se nos espaços vazios, muitas vezes tidos por garantidos ou subvalorizados.
A fotografia surgiu a este artista como um meio de expressão sequencial. Depois de se ter dedicado à escrita até aos 18 anos, descobriu o seu fascínio pela imagem visual e pela fotografia em particular. Se, por um lado, é possível usá-la como uma prova do mundo real, pode também transmitir preplexidade ao público com um toque de ficção. O autor define o seu trabalho como uma "suspensão da incredulidade do espectador", retomando a expressão célebre do poeta Coleridge. Através das imagens dos espaços solitários de Edgar Matins nasce um "diálogo silencioso" que cria um elo entre o drama humano do real e o mito romântico fantasiado.
As imagens que vemos assombram-nos pela sua surrealidade sombria e pela geometria pós-moderna em torno dos elementos capturados. Os trabalhos são estudados antes de serem concretizados e podem levar dias de pesquisa. Articulando o analógico e o digital, o resultado potencia as complexidades e desafia a lógica, numa tentativa de juntar o que é facto e o que é ficção.
Como referências, além de artistas plásticos e escritores, Edgar Martins identifica-se com fotógrafos como Patrick Tosani, John Stezaker e Olivier Richon, artistas com uma perspectiva contemporâna da arte forográfica.
Martins ganhou o prémio BES Photo em 2009 e tem colaborado com diversas publicações internacionais. Depois de ter feito um trabalho exclusivo para o jornal New York Times, foi acusado de manipulação digital, hoje assumida plenamente pelo autor. A sua próxima exposição será itinerante, marcando presença em 5 museus britânicos, 3 museus americanos e asiáticos e cerca de 9 galerias mundiais.
Diana Guerra
terça-feira, 17 de maio de 2011
Isfahan
"A arquitetura de Isfahan é composta de oito formas tradicionais, que em conjunto formam a base, da mesma maneira que a música era, com base em um número finito de notas. Estes são moduladas pelo uso de cores e texturas para fermentar as superfícies, e são mantidos juntos em uma construção global semelhante ao de uma sonata, em que a ligação conduz a culminação através de um espaço de transição." (fonte : Wikipedia)
sábado, 14 de maio de 2011
Soldadinhos de verdade
Depois de ler inúmeras matérias, dados, pesquisas e conhecer melhor as terríveis estatísticas sobre os soldados que retornavam do Iraque e Afeganistão, o pessoal da Dorothy, um coletivo de artistas de várias áreas, resolveu criar a série "Casualties of War". São diversos soldadinhos de brinquedo, daqueles bem clássicos, feitos em plástico e com base larga para mantê-los em pé. A diferença é que eles representam algumas das infinitas sequelas, físicas e mentais, que uma guerra causa num ser humano. Entre os soldadinhos verdes estão mutilados, bandidos, mendigos e o grupo que nunca para de crescer entre os veteranos: o de suicidas. Misturando de maneira desconcertante vida real e brinquedos ingênuos, a galera da Dorothy consegue no mínimo, fazer com que não se esqueça os horrores de um conflito armado.
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Originally uploaded by Madelina.