segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Alexa Meade, realidade ou pintura?

Quando olhamos pela primeira vez, não percebemos. Parecem-nos quadros expressionistas bem pintados. Mas olhe com mais atenção, especialmente para os olhos: é praticamente a única coisa no ser humano que não pode ser camuflada. Alexa Meade descobriu uma nova forma de fazer arte, indo além do bodypainting. Ela faz instalações, adaptando os objectos à sua forma de ver o mundo.
Meade adapta o real ao seu mundo, usando uma técnica própria que faz com que a realidade pareça uma figura bidimensional e criando uma ilusão até para o espectador mais atento. "Trompe l'oeil" é o nome da colecção destes trabalhos onde usa tinta acrílica e leva ao extremo o lema "a arte imita a vida", já que o faz em cima da própria vida. Como se construísse uma máscara em cima dos objectos sobre os quais trabalha, mantendo o seu âmago, sem o danificar.

Alexa Meade tem apenas 23 anos e, ao contrário do que possa parecer, a carreira artística nem sempre lhe foi óbvia. Proveniente de Washington D.C., licenciou-se em Ciência Política e já estagiou no Capitólio por várias vezes, sendo que em 2008 fez parte da equipa de imprensa da campanha de Barack Obama. Só há menos de um ano, quando terminou de estudar, é que se decidiu pela sua paixão artistica, trazendo da política a ideia de que as experiências não são verdades absolutas e, por isso, nunca são interpretadas da mesma forma: ver não significa necessariamente acreditar.

"Os modelos que utilizo são transformados em personificações da interpertação do artista da sua essência. Quando vemos uma fotografia ou vemos a instalação pronta, as pessoas que estão por trás do trabalho desaparecem, eclipsadas pelas suas próprias máscaras". (Tradução livre) É por estas palavras que Alexa Meade descreve o seu trabalho, revelando como nos proporciona uma mudança na forma como vivemos as relações espaciais e, por consequência, emocionais.


http://www.flickr.com/photos/alexameade/sets/72157622826164694/show/

sexta-feira, 4 de junho de 2010

imagens mágicas - anamorfoses

Ilusionismo e matemática sempre andaram de mãos dadas com a Arte. Da Proporção Áurea ao Photoshop, temos inúmeros exemplos na história onde a ciência ajudou artistas a “enganarem“ os olhos e o cérebro, criando obras-primas intrigantes. A Anamorfose (do grego na+morphé, “sem forma”) é uma dessas criações, baseada puramente na manipulação da perspectiva visual - da mesma maneira como enxergamos normalmente as pinturas de sinalização de trânsito distorcidas ao nível do chão.

O conceito é simples: uma imagem distorcida que, pela observação de um ponto focal específico ou através de um objeto refletor, aparece reconstituída aos nossos olhos. Os primeiros experimentos desta técnica datam do século XV (iniciados por Leonardo Da Vinci) e foram utilizados em diversos quadros, murais e afrescos cujas pinturas se confundiam com a arquitetura das paredes. “Os Embaixadores“, de Holbein, onde uma caveira se revela quando observada sob um determinado ângulo, é o exemplo mais conhecido de Anamorfose deste período.


Mas a técnica com espelhos, cujos primeiros registros aparecem na China Antiga e difundida no século XVII, é certamente a mais intrigante. A partir daí, a Anamorfose deixou o caráter artístico para cair no gosto popular, sendo difundida para transmitir mensagens políticas, caricaturas e imagens eróticas para aqueles que conhecessem o “segredo” do espelho.

O processo só foi resgatado do esquecimento por artistas visuais no decorrer do século passado, novamente sendo reconhecido como uma ferramenta artística de grande potencial. Um dos destaques contemporâneos são os trabalhos do húngaro István Orosz, composições ricas em detalhes interligando tanto a imagem anamórfica quanto o reflexo resultante.




Apesar de suas características exóticas, a Anamorfose tem grande presença na cultura popular e em nosso dia-a-dia. Além dos já mencionados sinais de trânsito no asfalto, temos exemplos de cartazes, capas de álbuns, filmes, propagandas e até mesmo marcas de cerveja que utilizam este recurso. A chalk art de Kurt Wenner e Julian Beever traz a arte anamórfica literalmente para as ruas com seus desenhos tridimensionais. E no Brasil, quem já passou pela estação República do metrô de São Paulo pôde contemplar de perto o "Monumento Antropofágico com Oswald de Andrade" de Antonio Peticov, um genuíno exemplo de Anamorfose utilizando espelhos e perspectiva. A ilusão da arte, afinal, não está tão distante do concreto e prosaico mundo real.





http://www.anamorphosis.com/

sábado, 8 de maio de 2010

Patiente

A arte de Yuken Teruya


Yuken Teruya é o criador desta arte invulgar, que faz com que árvores surjam de sacos de compras, rolos de papel higiénico e jornais. O artista japonês manipula materiais que todos nós desperdiçamos, transformando os seus significados para reflectir sobre a sociedade contemporânea e a cultura. As suas criações são singulares e parecem captar momentos de transição nos quais os objectos utilizados se transformam e evoluem.

Yuken_Teruya1A partir de sacos de papel, rolos de papel higiénico, livros e folhas, Yuken Teruya cria, através do recorte, meticulosas e complexas árvores em miniatura, pequenos e encantadores mundos, que chamam a atenção para os efeitos do crescente consumismo da sociedade contemporânea, para o esgotamento dos recursos naturais, e outros problemas associados à globalização, como o desaparecimento das tradições culturais e identidades.

A técnica de quirigami (arte de cortar papel) extrai, como se tratasse de uma escultura, formas dos sacos de papel que diariamente deitamos fora, e não importa se são de um supermercado ou de grandes casas de moda como Chanel, Louis Vuitton, Marc Jacobs ou Givenchy. A forma de uma árvore é criada sem adicionar ou remover nada, apenas cortando e dobrando o papel.

Yuken Teruya é natural de Okinawa, Japão, e trabalha em Nova Iorque.

domingo, 18 de abril de 2010

Kumi Yamashita

Os piores pesadelos de Peter Pan tornaram-se mais reais com o trabalho de Kumi Yamashita. A criança que não queria crescer e tinha medo da própria sombra não poderia ter imaginado que uma artista japonesa viria a utilizar este meio como ponto essencial do seu trabalho.

Yamashita leva a cabo uma arte que é de assombrar: jogando com a manipulação da iluminação, das formas e do movimento, cria sombras que iludem o espectador, originando formas que são, no mínimo, inesperadas. Considerada a mágica das sombras, a autora utiliza a disposição da luz num ângulo oblíquo para criar este truque visual. Um simples ponto de exclamação colocado na parede, quando ilumidado tem uma sombra de ponto de interrogação. Ou um círculo de metal que produz uma sombra de um quadrado perfeito. Apesar de parecer bastante simples, a concepção deste efeito é bem mais complexa do que aparenta. Vejamos, por exemplo, o conjunto de números cuja sombra nos mostra uma mulher de perfil apoiada num corrimão.

Kumi Yamashita viveu a maior parte da sua vida fora do seu país de origem, o Japão, estudando nos EUA desde 1984, e contando já com mais de dez exposições individuais nos EUA, Turquia, Singapura e Japão. As sombras que usa para trabalhar transparecem essa mesma variabilidade, dando ao seu trabalho um carater tanto temperamental como filosófico.


sábado, 10 de abril de 2010

Luz sobre Caravaggio



Folha de São Paulo 10/04/2010

Luz sobre Caravaggio
Novos estudos lançados no exterior e reedição de clássico no Brasil desfazem mitos em torno da obra do mestre barroco

SILAS MARTÍ
DA REPORTAGEM LOCAL

No balneário italiano de Porto Ercole, historiadores estão afundados nesta semana até a cintura em ossadas e caveiras do século 17 à procura dos restos mortais do pintor Michelangelo Merisi, o Caravaggio.
Enquanto isso, filas se estendem por quarteirões em Roma desde fevereiro para ver os quadros deixados pelo artista que virou sinônimo do barroco, tema de uma exposição que já arrastou 240 mil ao Quirinale.
Morto há exatos 400 anos, não se sabe se de febre repentina ou se assassinado por algum desafeto, Caravaggio não deixou vestígio, cartas, diários ou anotações, a não ser a obra revolucionária que foi capaz de construir em 38 anos de vida.
Relegado à sombra dos mestres renascentistas, Caravaggio voltou ao centro da história da arte italiana só no século 20, mas sofreu com leituras truncadas de sua obra até agora. Novos estudos que acabam de sair no exterior, um catálogo completo de suas pinturas lançado pela editora Taschen e um livro da historiadora alemã Sybille Ebert-Schifferer tentam desconstruir os mitos em torno da figura polêmica do artista que inventou o chiaroscuro e injetou doses hipertrofiadas de drama na pintura ocidental.
Na esteira dessa reabilitação histórica, sai no segundo semestre, pela Cosac Naify, a primeira edição brasileira do clássico do historiador Roberto Longhi sobre o pintor. Em "Caravaggio", escrito na década de 1950, o italiano conseguiu renovar o interesse pelo artista, sem pesar a mão nos detalhes sórdidos de sua vida privada.
É fato que Caravaggio matou um homem numa briga de rua. Também é fato que usou mendigos, prostitutas e andarilhos como modelos para suas representações de narrativas bíblicas. Mas a ideia que vigorou entre alguns historiadores de que ele tentou ser um agente provocador, crítico à Igreja Católica e talhado para a vida fora da lei, já não se sustenta diante de uma nova análise de suas obras.

Leituras distorcidas
"Uma distorção é pensar que ele era esse boêmio de levada estranha, que deixou sua vida influenciar o modo como pintava suas peças religiosas", afirma Sebastian Schütze, autor de "Caravaggio". "Ele estava muito envolvido na cultura da Contrarreforma, pintava para os cardeais mais importantes."
Tanto que seu uso de gente comum vestindo roupas da época para montar suas alegorias bíblicas fazia parte da operação do Vaticano de levar a vida eclesiástica ao cotidiano de um povo que perdia a fé.
"Não era para fazer escândalo que usava esses modelos", diz Ebert-Schifferer. "Estava atendendo pedidos do clero."
Também perde força a ideia de um Caravaggio imediatista, que registrava na tela os traços de seus personagens sem muita elaboração posterior. Ao mesmo tempo em que se tornou célebre por usar modelos vivos e menosprezar estudos, Caravaggio não podia ter arquitetado cenas tão complexas sem maior planejamento prévio.
Sob nova luz, fica claro que o artista tentou travar um diálogo com Michelangelo e Leonardo Da Vinci, opondo às composições clássicas suas cenas de caráter teatral transbordante.
"Ele estudava os modelos, depois transformava suas formas, tinha uma tipologia de faces", diz Ebert-Schifferer. "Na composição, havia sempre uma invenção, por exemplo, o sangue que esguicha do pescoço de Holoferne não cairia daquele jeito, ele não poderia ter observado um decapitado no ateliê."
Mas enquanto novos estudos tentam desligar sua vida de excessos à leitura de seus quadros, um detalhe ainda destoa do conjunto. Quando retrata Davi segurando pelos cabelos a cabeça de Golias derrotado, faz do rosto do gigante um autorretrato. Em vez de se colocar na pele de um herói, Caravaggio prefere a tragédia, sinal de que viveu uma vida sob ameaça.

domingo, 4 de abril de 2010

Murillo

Bartolomé Esteban Murillo, o pintor que melhor define o barroco espanhol, morre de acidente ao cair de um andaime quando pintava um retábulo no convento dos Capuchinhos em Cadiz, no dia 3 de abril de 1682.

Dedicou-se grande parte de sua vida pintando para claustro do Convento de São Francisco, Paróquia de Santa Cruz, igreja do Convento de Santa Catalina de Cádiz.

Abaixo estão as suas obras mais conhecidas e as mais importantes:

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Acrilica sobre carne




"Minha técnica de pintura empurra os limites da percepção, comprimindo o espaço 3D em um plano 2D, borrando as linhas entre arte e vida." Diz Alexa Meade.

quarta-feira, 3 de março de 2010

ESCULTURAS EM FOLHAS A4!

A folha de papel A4 é o tamanho mais utilizado em casas e escritórios e a sua área corresponde a exatamente 1/16 m² (a área da folha A0 é exatamente de 1m² e, desde aí, vai sendo dividida ao meio até se chegar à A4). O artista plástico Peter Callesen considera este o meio mais comum e conhecido para passar informação nos dias que correm e, por isso, decidiu pegar nestas folhas e transformá-las em pequenas esculturas.

Primeiro, fazem-se pequenos recortes nas folhas, depois o papel é levantado e dá-se forma com um pouco de cola. As figuras podem resultar em pessoas, esqueletos, construções, animais e tudo o que passe pela cabeça do dinamarquês de 42 anos. Enquanto que as formas tridimensionais ganham relevo em cima da folha, os espaços vazios deixados na superfície pela falta de papel assemelham-se às sombras das próprias figuras.
Mas porquê folhas A4 brancas e do mais simples que há? Para Callesen, a utilização massiva deste formato alterou a nossa percepção acerca do mesmo. Já não vemos uma folha A4 pelo que ela vale, antes pelo que nela está escrito ou desenhado. Cada vez mais este formato é para nós um meio para atingir um fim e, por isso, esquecemo-nos muitas vezes de que é um objeto por si ou que é tridimensional. Estas esculturas vêm relembrar-nos deste fato. Além disso, a essência deste material dá um carácter frágil a estas peças que reforça o tema trágico e romântico do trabalho de Callesen.



As pequenas peças podem levar 2 semanas a ser produzidas e chegam a custar quase 3000 euros. Callensen expõe os seus trabalhos em museus como Trapholt e Kunstmuseet Køge Skitsesamling, na Dinamarca, e no museu Bellerive, em Zurique, na Suíça.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Mural dos Pintores

Este quadro é uma curiosidade.

O grande mérito é que foi pintado por 216 artistas, um quadrado para cada um.
Se clicares em qualquer quadrado terás outra pintura e dados do
pintor.
http://www.muralmosaic.com/Cochrane.html

domingo, 17 de janeiro de 2010

Kate MacDowell



Na sua obra, a artista norte-americana Kate MacDowell apresenta um variado leque de temas que alternam entre a representação da figura humana em estados de angústia e situações em que o ser humano interage com a natureza. A artista afirma que as suas peças são a sua resposta aos problemas ecológicos do planeta, incluindo mudanças climáticas, poluição e comida geneticamente modificada, representando também mitos, a história da arte ou metáforas.

Um olhar atento sobre o Mundo e uma vasta experiência de trabalho em vários países, assim como a herança que a história ocidental do Renascimento e do Oriente lhe proporcionaram, fizeram com que MacDowell procurasse outras formas de tentar reconhecer as assimetrias entre dois mundos cada vez mais separados: o da natureza e o do homem.

Muitas das suas esculturas representam também animais com atributos antropomórficos, que vivem no ambiente pré-configurado que o ser humano lhes deu, como existem em parques zoológicos ou outros ambientes recriados. A escolha da porcelana deveu-se essencialmente ao contraste entre a delicadeza do material e as formas naturais.
Link

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Yuken Teruya




Yuken Teruya manipula objetos do cotidiano, transformando seus significados para
refletir sobre a sociedade contemporânea e da cultura.
Em sacos de papelão e rolos de papel higiênico, ele cria meticulosa e
intrincadas obras de arte, pequenos mundos, que dizem respeito a mais ampla das
preocupações. Em cada saco e rolo, a forma de uma árvore é criada sem
adicionar ou remover nada, apenas cortando e dobrando o papel.
As obras de Teruya exploraram questões como o crescente
consumismo da sociedade contemporânea, esgotando os recursos naturais e
outros problemas associados com a globalização, incluindo a ameaça que ela representa
localizada a tradições e identidades culturais.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Coffee cups Mona Lisa





Artist assistants stand next to 3,604 cups of coffee which have been made into a giant Mona Lisa in Sydney , Australia . The 3,604 cups of coffee were each filled with different amounts of milk to create the different shades!!

Foto com 18.000 mil homens tirada em 1918




Dados da Foto
Base de Ombro: 150 metros
Braço Direito: 340 metros
Parte mais larga do braço segurando tocha: 12 1 / 2 m eet
Polegar direito: 35 metros
Parte mais espessa do corpo: 29 pés
Mão esquerda comprimento: 30 pés
Face: 60 pés
Nariz: 21 pés
Longest Spike pedaço de cabeça: 70 pés
Tocha e chama combinado: 980 metros
Número de homens na chama da tocha: 12.000
Número de homens na tocha: 2.800
Número de homens no braço direito: 1.200
Número de homens no corpo, cabeça e equilíbrio da figura apenas: 2.000


Total de homens: 18.000

My Creation

My creation Originally uploaded by Madelina.